PANORAMA – Na avaliação do advogado Adriano de Oliveira e diretor jurídico da Incoesp (Cooperativa das Indústrias Cerâmicas do Oeste Paulista), em que pese à cooperativa não possuir representatividade jurídica nas cerâmicas estabelecidas no Oeste Paulista reconhece que todas elas têm procurado alternativas sustentáveis para alavancar o setor.
As indústrias cerâmicas de Paulicéia e Panorama ainda não foram intimados para tomarem conhecimento da ação civil pública movida pelo Ministério Público do Fórum da Comarca de Panorama.
Oliveira classificou como louvável a intenção do MP no sentido de reduzir emissão de gases poluentes, mas disse estar preocupado com a condução dessas ações na Justiça numa época de crise enfrentada pelo setor oleiro-cerâmico, podendo acarretar fechamento de empresas, demissões em massa e migração dessas indústrias para outros pólos cerâmicos.
Em Panorama, a cerâmica há décadas é a base da economia local fomentando todo comércio e empregando 1.967 trabalhadores diretos fora mão – de- obra terceirizada. Esse número é três vezes maior do que emprega a Prefeitura Municipal, apenas 500.
Dentro do pólo cerâmico representado pelos municípios que possuem cerâmicas cooperadas a Incoesp (Regente Feijó, Panorama, Paulicéia, Presidente Epitácio, Ouro Verde e Santa Mercedes), este ano o número de empresas fechadas subiu para 25 este ano. Desse total, 22 estão em Panorama.
No rol de problemas enfrentados pelos empresários, a medida deverá figurar no topo da lista de prioridades ocupada pela guerra fiscal imposta pelo estado do Mato Grosso do Sul a produtos cerâmicos produzidos em São Paulo; balança 24 horas num único sentido da SP-294 no trecho entre Dracena e Junqueirópolis; escassez de matéria-prima de queima; aumento de energia na indústria; criação de resoluções ambientais pondo em risco a continuidade da extração de argila pelas mineradoras e utilização de bloco de cimento na construção de casas populares dos programas habitacionais dos governos Federal e Estadual.
“Diante de todos esses problemas observamos qualquer iniciativa do Poder Público na tentativa de nos apoiar na luta contra esses obstáculos pontuados neste último ano”, desabafa o diretor jurídico da Incoesp.
A cooperativa apontou várias iniciativas pró-ambientais tomadas pelas empresas de Panorama, Paulicéia e outras do pólo cerâmico regional.
FONTE ALTERNATIVA – A primeira medida adotada por 90% das indústrias de todo setor diz respeito à troca da madeira nativa pelo pó de serra, bagaço de cana, palha de amendoim e palha de arroz, combustíveis usados na queima.
Se tratando de alternativas de queima, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está desenvolvendo uma série de estudos no campo experimental da Incoesp com o Capim-elefante a fim de se obter resultados satisfatórios para adotá-lo como eficaz fonte renovável de combustível.
LABORATÓRIO – Parceria entre Incoesp e Senai possibilitou a instalação do laboratório de cerâmica vermelha onde será possível analisar a argila e buscar além da qualidade da matéria-prima, a diminuição do tempo de queima e consequentemente a redução da emissão de fumaça.
RECICLAGEM – Geólogos ligados ao IPT desenvolvem pesquisas para reutilização do caco cerâmico descartado como lixo pelas cerâmicas e que poderá, em breve, ser reaproveitado evitando desperdícios desse material.
FILTRO
O setor alega procurar tecnologia de filtro para chaminés, porém todos os produtos até então apresentados não se mostraram comprovadamente eficazes.