Pesquisa do Instituto de Pesquisas Tecnológicas estuda o reaproveitamento econômico do caco de tijolo em Panorama

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Cacos de tijolos amontoado em uma das indústrias cerâmicas, em Panorama

A equipe de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) formada pelo geólogo Marsis Cabral Júnior, arquiteto Eduardo Garcia e pelo técnico de mineração Carlos Nei Rodrigues de Souza, estão desenvolvendo em parceria com a INCOESP (Cooperativa das Industrias Cerâmicas do Oeste Paulista) estudos para aproveitamento econômico de cacos de tijolos descartados como lixo pelas indústrias cerâmicas em Panorama.

Os estudos pretendem tratar da reciclagem desse material na produção de peças cerâmicas, como também utilizá-lo em pó misturado ao cimento para obtenção de resultado químico semelhante ao da argamassa, usado na construção civil. A pesquisa que se estenderá até meados de outubro de 2014 é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), e IPT.

De acordo com o pesquisador e doutor em geologia Marsis Cabral Júnior, este projeto corresponde à perspectiva de analisar o aproveitamento econômico dos cacos cerâmicos gerados pela indústria cerâmica. ‘Se considerarmos a estimativa da produção de peças cerâmicas (tijolo, telha, laje) em Panorama na ordem de 1,5 milhão de tonelada/ano. Colocando 5% de perca desse montante, teremos alguma coisa entre 50 mil a 75 mil toneladas de caco produzido. É uma quantidade considerável de resíduos que hoje esta sendo descartado, aproveitado para cascalhar estradas vicinais ou até mesmo pátio dessas indústrias’, disse.

A ideia central do projeto é desenvolver uma aplicação econômica que diminua esta perca com cacos levando um novo negócio à própria cerâmica ou fazer com que haja reaproveitamento desse material no processo de produção.

Para isso existem duas rotas de estudo, a primeira busca aproveitar o caco reincorporando moído na massa cerâmica. Neste processo de reciclagem os pesquisadores acreditam que pelo fato do material já ter sido queimado, isso facilitaria a secagem podendo controlar a possibilidade de deformidade e trincas na peça do tijolo.

Acreditam que se o empresário conseguir controlar tamanho da peça usando caco moído será possível pensar na produção de piso, produto diferenciado dentro da construção civil pouco produzido pelo setor oleiro.

“É claro que nós vamos estudar que proporção eu posso misturar. Faremos ensaios com diversas proporções para ver qual é a proporção ideal em termos de ganhos para a massa e desempenho do produto”, afirmou.

Na segunda rota de estudos, a equipe buscará explorar as propriedades do caco moído chamadas de cimenticias misturado ao cimento liberando compostos químicos reagente com o pó para formação de cristais endurece como cimento.

“Nessa junção do caco moído com o cimento você consegue produzir reações que também endurece. Então conseguiremos substituir, por exemplo, a argamassa num bloco de cimento usando caco”, exemplificou.

Ao longo da pesquisa será montada uma espécie de ‘Central’ indicando tipos de equipamentos a ser usado neste projeto pelo empresário interessado. Esta central fornecerá dados de equipamentos, linha de produção, custo da produção. A linha de pesquisa se divide em três partes: 1) Amostral (coleta de amostras); 2) Laboratorial (analise de material coletado); 3) Central de Processamento (relação de equipamentos necessário para funcionamento do projeto).