Indústria – Oleiro cerâmico
Em outubro de 2005, exatamente no dia 21 aconteceu a primeira ação coletiva com empresários e lideranças: a oficina de Cooperação Empresarial. O objetivo era sensibilizar e motivar os empresários e parceiros envolvidos no processo a constituir um grupo de trabalho no qual as trocas e os ganhos recíprocos pudessem frutificar. O objetivo era a transformação de modo de pensar sobre a condução da atividade produtiva: uma gestão empresarial que buscasse resultados efetivos, por meio da integração e cooperação dos envolvidos para um futuro próspero.
Em 15 de novembro de 2005, foi constituído, de forma coletiva, o projeto desenvolvido do Setor Oleiro Cerâmico do Oeste Paulista para os empresários do setor na região. O projeto foi construído com a participação dos empresários do setor oleiro ceramista, por meio da Oficina de Planejamento Participativo, que foi conduzida por um consultor credenciado do SEBRAE/ SP.
Toda a condução da oficina de trabalho foi direcionada para as ações de melhoria e desenvolvimento dos beneficiários do projeto, com o compromisso de cada um assumir a responsabilidade pelo sucesso do projeto, Os empresários participaram de todas as ações e os empresários de olarias que ainda não haviam participado das ações anteriores também estiveram presentes.
Em janeiro de 2006, como resultado da construção coletiva do projeto, foi realizado o diagnóstico de chão de fabrica verificação das condições operacionais nas áreas em que os tijolos e blocos eram produzidos. Isso permitiu que fossem propostas ações baseadas em informações reais e identificadas as necessidades, os problemas no processo produtivo, os principais gargalos e os pontos que poderiam sofre intervenção.
Sete meses depois, reuniram-se em panorama em empresários, lideranças e governantes locais e da região. Foi um evento para se validar o censo, para se obter a concordância geral de que era o momento certo para iniciar as ações conjuntas e para se disponível no município de Paulicéia. Não tinha parceria com outras associações ou com o sindicato local do mesmo setor. Não existiam ações de cooperação. Era perceptível que eles estavam divididos entre os “com barro” e os “sem barro”.
Na sequência, realizaram-se reuniões envolvendo a Associação Comercial e Industrial de Panorama, a prefeitura e as agências bancárias da cidade.
Em Paulicéia, outra cidade da região de Alta Paulista, a situação não era muito diferente da de Panorama. O setor também passava pro dificuldades financeiras e falta de gestão, motivadas pela questão do preço de venda do bloco cerâmico. Os empresários haviam tentado organizar uma tabela única de preços para o setor, porém não obtiveram sucesso. A associação dos Ceramistas de Paulicéia acabou sendo desativada por falta de adesão e de interesse dos empresários.
Durante a reunião na associação dos Ceramistas de Paulicéia, todos os 14 empresários do setor ceramista da cidade estavam presentes. Isto ocorreu por mérito de Laudenir Gomes Chagas, Também empresário do setor e membro da Associação dos Ceramistas de Paulicéia, que mobilizou os empresários para a reunião. O SEBRAE/SP apresentou uma proposta de trabalho para o setor de cerâmica vermelha da região, incluindo os municípios de Presidente Epitácio e Teodoro Sampaio.
Nas reuniões, os representantes do SEBRAE/SP sempre enfatizaram que os seus papéis seriam os de articuladores e catalisadores para a realização do projeto, que deveria ser construído coletivamente por lideranças, entidades e empresários da região. A proposta foi elogiada pelos empresários, que acreditavam que o SEBRAE/SP tinha um papel fundamental quando às informações e à articulação do setor em prol da cooperação e de seu desenvolvimento.
Em maio de 2005, foram realizadas visitas em Teodoro Sampaio, à Associação Comercial e Industrial e à Associação dos Ceramistas de Teodoro Sampaio. Lá havia sido iniciado um trabalho com os empresários do setor oleiro ceramista por meio do projeto Empreender (conjunto de ações, cujo objetivo é o desenvolvimento e fortalecimento das micro e pequenas empresas, por meio do associativismo; parceria entre SEBRAE/SP e Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo “FACESP”), em que os empresários estavam estudando algumas novas possibilidades de aproveitamento do Know-Bow do SEBRAE/SP. Uma nova proposta de trabalho para a região foi apresentada, dessa vez incluindo os municípios de Ouro Verde, Paulicéia, Panorama, Presidente Epitácio e Teodoro Sampaio. A ação deixaria de ser apenas local e passaria a ser regional.
A Associação dos Ceramistas de Teodoro Sampaio existia dês de 200, mas tinha apenas oito associados. Os problemas citados pelos empresários de La eram os mesmos levantados em Panorama, com ênfase na questão da falta de argila e da localização distante do centro consumidor.
Na reunião na Prefeitura de Teodoro Sampaio, foi apresentada a proposta de trabalho para o desenvolvimento regional do setor cerâmico. O prefeito a elogiou, além de declarar quês esta seria a única saída para a região, que sofria por ser a mais pobre do Estado. Ele prometeu que daria todo o apoio necessário.
Isolados somos Fracos
Em junho de 2005, foi realizada uma reunião com todas as lideranças de Panorama e de Paulicéia, evento que constituiu um marco nas relações entre as forças econômicas da região. Juntaram-se na mesma sala todas as lideranças que antes não haviam se falado. Era o inicio de uma nova fase na história do setor oleiro ceramista, um pacto de mudanças e um avanço, uma intenção de se construir coletivamente um plano de ações comuns.
Novo ano, novas perspectivas
Em março de 2007, foi realizada a primeira reunião com a equipe do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), tendo a participação dos empresários do setor oleiro ceramista. O IPT havia sido contratado para pesquisar novas áreas de argila. A reunião aconteceu em Presidente Epitácio, com a presença de 40 empresários.
Em abril de 2007, uma equipe organizada pelo SENAI conduziu a oficina tecnológica. Como obter Produtividade na Secagem e Queima. A ação trouxe para os empresários novos conhecimentos e novas perspectivas de redução de custos e aumento da produtividade. O impacto para alguns empresários foi tão forte que houve quem saísse do curso por volta das 22h30 e fosse diretamente para sua empresa colocar em prática o que acabara de aprender.
O pólo começou a ter visibilidade fora de São Paulo numa parceria entra o SEBRAE/SP, o Ministério de Minas e Energia e o Comitê Gestor, o pólo da região de presidente Prudente participou do curso Bases para o Aprimoramento Competitivo de Pequenos Empreendimentos Oleiro Cerâmicos. Esta ação nacional foi realizada em Panorama e em Presidente Epitácio.
Com a evolução das ações do projeto, ocorreu a inclusão de novos empresários do Comitê Gestor: Sebastiana Corte, Adriana Siqueira, Inês Chiraria, Fabio Pereira e Zenilda Marques. Não era o grupo dos Seis, tornara-se o Grupo dos 11.
Em julho de 2007, aconteceu uma reunião entre empresários e a equipe do IPT sobre a pesquisa de novas áreas de argila. Eles foram informados de que existiam novas áreas para lavra de argila na região. Era a salvação do setor, mas como usufruir dessas áreas? Quem iria requerer as áreas? Por onde começar?
Laudenir Chagas de a sentença: “Temos que tomar uma decisão e ela não pode ser individual; temos que pensar em associativismo”. O grupo pediu ao SEBRAE/SP que trouxesse um especialista em associativismo e cooperativismo, para orientar os empreendedores sobre as formas de organização. Começaram também a pesquisar onde haveria outros pólos cerâmicos que pudessem servir de modelo para a associação que precisavam construir.
A palestra sobre cooperativismo e associativismo foi realizada em julho de 2007. O grupo responsável pela pesquisa identificou uma cooperativa de ceramistas em Cuiabá (MT). Realizou-se uma missão com oito empresários, que visitaram o Pólo de Cerâmica Vermelha de Cuiabá. Além disso, o grupo contratou um advogado para ajudá-lo a entender as formas legais de constituição de uma cooperativa.
Finalmente, em novembro de 2007, foi efetivada a assembléia de constituição da Cooperativa das Indústrias de Cerâmicas do Oeste Paulista (INCOESP), uma cooperativa em busca de soluções conjuntas, com empresas compartilhando equipamentos e máquinas. Várias empresas que estavam fechadas retomaram as atividades no setor.
Abordagem Metodológica
Questões para discussão
• A partir do caso apresentado, descreva as etapas do projeto que foi realizado. Quem foram os atores? O que se buscou em cada etapa e quem era os elementos responsáveis por gerar resultados?
• Qual foi o maior desafio que os empresários conseguiram resolver em conjunto que não haviam conseguido resolver isoladamente antes?
• Com base nas ações provocadas pelo Grupo dos Seis, qual foi a estratégia adotada por eles para motivar os empresários individualistas a pensarem de forma associativa?
Agradecimentos:
Conselho deliberativo do SEBRAE/SP: Fábio de Salles Metrelles, presidente, e conselheiros.
Diretoria Executiva do SEBRAE/SP: José Milton Soares, Paulo Eduardo Slabile de Arruda e Ricardo Tortorella.
A metodologia do projeto Casos de sucesso do SEBRAE
O projeto casos de sucesso foi iniciado em 2002 como um direcionamento estratégico do Sistema SEBRAE, visando atender aos seguintes objetivos:
1. Gerar um processo de produção de conhecimento dentro do sistema SEBRAE, buscando utilizá-lo como uma das ferramentas de ensino das melhores práticas para obtenção de resultados.
2. Sensibilizar os colaboradores sobre a importância doa produção de casos, contribuindo para o processo de gestão do conhecimento industrial.
3. Replicar os casos no SEBRAE e junto aos parceiros e instituições de ensino superior, visando à capacidade de empresários empreendedores e alunos, por meio de análise de situações reais e pequenos empreendimentos brasileiros.
4. Divulgar para a sociedade em geral as experiências bem sucedidas na geração de emprego e renda, por meio da publicação do material em livro e no portal do SEBRAE- www.sebrae.com.br.
Entretanto, para atingir tais objetivos e construir casos como ferramenta para fins de ensaio didaticamente estruturando, é necessário atender a alguns requisitos-chave. O caso de ensino deve apresentar uma boa história, com a qual o leitor possa identificar a sua realidade e se envolver, alem de apresentar uma boa questão de negócio, ou seja, uma situação na qual haja a necessidade de se tomar uma importante decisão. Não se pode perder de vista que o caso é um veiculo para ensinar conceitos e experiências empreendedoras por meios da simulação de uma situação real. Nesse sentido a situação deverá se narrada com a maior neutralidade possível em relação aos fatos acontecidos. Atendendo a todas essas premissas, foi elaborada pelo SEBRAE, em 2002, a metodologia desenvolvendo casos de sucesso, disponível no portal da instrução (www.sebrae.com.br, link casos de sucesso)
A partir de 2003, esse modelo foi aprimorado. O SEBRAE adotou em seus projetos a metodologia Gestão Estratégica Orientada para Resultados (GEOR), que tem como objetivo promover, em curto prazo a capacidade do Sistema SEBRAE e de seus parceiros de produzir, medir e comunicar benefícios relevantes para a sociedade e para as micro e pequenas empresas. Dessa forma, os casos produzidos passaram a atender à demanda de conhecimento dos projetos voltados para o público-alvo da instituição.
Assim, foi desenvolvido um conjunto de ações visando ao fortalecimento da gestão do conhecimento no sistema SEBRAE, tendo o caso de sucesso como um de seus principais instrumentos. Entre essas ações, destacam-se as seguintes iniciativas:
Metodologia para elaboração do caso de sucesso: a metodologia casos de sucesso foi criada com o objetivo de garantir a qualidade do conteúdo e nivelar a formação didática dos escritores, responsáveis pela descrição dos estudos de casos em todo País, e dos seus orientadores acadêmicos. A metodologia do SEBRAE é uma adaptação do consagrado método de ensino adotado na Harvard Business School e no Babson College.
Disseminação do Caso de Sucesso: com o objetivo de ampliar o acesso aos estudos de caso, utilizando as melhores práticas adotadas em pequenos negócios brasileiros, o SEBRAE disponibiliza no portal www.sebrae.com.br, link Casos de Sucesso, todas as informações referentes aos estudos e conteúdos do projeto.
Utilização do Caso de sucesso: a partir do novo modelo de gestão adotado pela instituição, os estudos de caso estão sendo utilizados como uma ferramenta de ensino em capacitações há difusão de conhecimento junto a empreendedores e comunidades para obtenção de resultados. Para isso, foram elaborados procedimentos didáticos com o intuito de obter a melhor aplicação dos estudos de casos junto ao publico alvo.
Utilização dos Casos de Sucesso do SEBRAE para fins didáticos
No Caso de sucesso do SEBRAE, o texto apresenta, a exemplo do método adotado em Harvard e no Babson College, os principais aspectos que envolvem um dilema vivido pelo empreendedor/protagonista da história. A diferença é que no caso do SEBRAE, o desfecho do dilema é apresentado. O leitor é informado sobre a decisão que efetivamente foi tomada pelo protagonista, os detalhes das suas ações e como se deu a sua implementação. Com isso, o instrutor/professor tem em mãos um instrumento completo que permite estudar a solução implementada, discutir as alternativas possíveis que poderiam ser adotadas e refletir sobre os desafios futuros.
O estudo de caso permite ao instrutor/professor:
• Utilizá-lo como ferramenta de ensino e implantar um método participativo, simulando a realidade no ambiente de ensino e permitindo vinculação mais fácil da teoria com a prática.
• Analisar e criticar uma situação do mundo real de negócios, focando nas melhores práticas adotadas nos pequenos negócios brasileiros – ensinar pelo exemplo-, e facilitar o aprendizado e o relacionamento entra os conceitos teóricos apresentados nas disciplinas com a prática empresarial;
• Apresentar o processo de gestão de forma integrada, mostrando aos empreendedores/alunos conexões entre diferentes problemas e a necessidade de decisões que contemplem essa complexidade.